VIDA
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
(Chico Buarque de Holanda in Vida para a voz de Simone Bittencourt de Oliveira)
(Foto: Robert Base & Dieter Vegner)
7 Comments:
Um bom dia, Gladiador!
Não imaginas o quanto este poema significa para mim! Safoda que seja brasileiro. Até lhe podiam cortar a língua, mas as mãos nunca!;)
Um beijo.
Boa Tardeee...
Muito, mas mesmo muito bem escolhido! Julgo que isto basta para dizer o quanto é realmente bom..
Beijos
Badger
Inha
A língua também é importante!
C.U.N.I.L.I.N.G.U.S.
(Comité Unido Não Integrado de Linguareja Insípida Nostálgica Grande U Sexo)
Glossário Metralha!LOL
Só sei que o poema é bom porque é do Chico Buarque. É que o tempo que tinha para o ler, passei-o a olhar para a fotografia.
Macaco, não tens emenda!!!...LOL
Eu bem tento apelar à tua sensibilidade, ao teu sentido poético e coiso e tal, mas não tenho sorte nenhuma!!!...LOL
Eu tenho alguma sensibilidade e sentido poético, o meu problema são as hormonas. Experimenta sem fotografias destas.
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