janeiro 31, 2008



PÉROLAS DOS CLIENTES DA TV CABO

Calinadas de clientes TV Cabo... (portuguesa!)


*A minha mulher não saiu de casa à espera que a viessem montar!

- "O senhor tem computador?" - "Tenho sim... tá ao fundo da escada! É o da água ou o da luz??"

"Boa tarde!! Era para activar o meu desqualificador."

"Bom dia!! Eu quero ter o canal sexual em minha casa..."

"Era para saber se já tinham motivado a minha tvbox !!"

Uma cliente: "Atão vieram cá montar a minha vizinha de cima e não me montaram a mim porquê???"

"Era só para dar o numero do pib para descontar no banco.

Uma cliente: "Era só para dizer que já me montaram.... Aliás, acabaram mesmo agora de me montar, e por acaso fiquei muito satisfeita... Foram-se foi logo embora sem me sintonizar os canais..."

"Era só para activar a TVSporting..."

Uma cliente: "Pois... realmente montaram-me lá em cima e depois montaram-me em baixo e quanto a isso tudo bem . Só não gostei foi que me riscassem o chão todo!!!*

(Recebido via mail)



ESTOOOU???!... SIIIM???!...

janeiro 22, 2008



SUGESTÃO PARA O JANTAR

Pudim de Leite Condensado

Ingredientes:

- 1 lata de leite condensado
- leite (a medida da lata)
- 3 ovos
- 3 colheres de sopa de açúcar

Preparação:

Coloque o açúcar numa forma própria para pudim e leve a lume brando para caramelizar.
Bater todos os outros ingredientes num copo liquidificador. Despeje o conteúdo na forma caramelizada e leve ao lume em banho-maria durante 45 min, aproximadamente.

Bom apetite.

Kimikkal, depois dizes se gostaste, o.k.?



PARÁBOLA DOS ALMOCREVES


SUMMARIO
A actual situação politica. Conceituosa parabola das moscas e das maselas. O partido revolucionario e o partido conservador. A funcção de um e outro d'estes partidos. Anarchia ou retrocesso. Extincção do partido revolucionario por falta de idéas. Mancommunação conservadora. Philosophica historia de uns almocreves e de um pipo de vinho. A profunda synthese do pipo do Estado. (…)


A situação politica...


Mas, perdão - antes de encetarmos este assumpto, uma pequena historia:

Era uma vez um velho burro. Fora madraço e manhoso. Não conquistára amigos porque os não merecia. Tinham-o lançado á margem no fim da vida. Principiou a viver ao acaso, pelos montes. Um dia achava-se defronte de um vallado, estacado ao sol sobre as suas quatro patas, inerte, immovel, olhando para um cardo secco com os seus grandes olhos redondos e encovados em orbitas esqueleticas, pensando nas vicissitudes da vida e procurando arrancar do seu cerebro, para se consolar, algumas idéas philosophicas.

Passou por elle e deteve-se a contemplal-o um joven asno, no viço das illusões, cheio de amor e de zurros, de alegria e de coices. A vetusta ossada angulosa do ancião parecia furar-lhe a pelle resequída e aspera. Um espesso enxame de moscas cobria-lhe as mataduras do lombo e dava-lhe o aspecto de ter um albardão feito de zumbidos e d'asas sobre um fundo de missangas pretas e palpitantes,--coisa rabujosa á vista.

- Sacode esse mosqueiro, disse-lhe o burro novo. Dar-se-ha o caso de que, á similhança do homem, deixasses tambem tu atrophiar o precioso musculo que ahi tens na face para por meio d'elle abanares a orelha e moveres a pelle?... Sacode-te, bestiaga!
Ao que o lazarento, pausado, retorquiu:
- Não sabes o que zurras, joven temerario! O destino de quem tem maselas é que o mosqueiro o cubra. As moscas que tu vês, e de que o meu cerro é a estalagem com mesa redonda, são moscas fartas, teem a mansidão abundante dos estomagos cheios. Se eu as sacudisse, viriam outras,--as famintas, de ferrões gulosos, que zinem como frechas, pousam como causticos, mordem como furunculos. As que tu vês prestam-me um serviço impagavel:- livram-me das que podem vir; são o meu xairel benigno e suave, o meu arnez, a minha couraça. Quando te chegar a idade de seres pasto de moscas (e breve te soará essa hora porque a mocidade é, como a herva, uma ephemera transição entre o alfobre da meninice e a palha da edade madura); quando te chegar o teu dia, lembra-te, asninho imprudente, d'este conselho amigo de um burro velho, que não aprende linguas, mas que tem a experiencia que vale tanto como o ouro: Nunca sacudas mosca desde que creares masela! Teme-te dos papos vasios das revoadas novas. Papos cheios não só não mordem mas até empacham! Comprehendeste, burrinho, a philosophia da minha inercia?

Revertamos agora, como vinhamos dizendo, á situação politica.

Em toda a sociedade em movimento ha dois unicos partidos: o partido conservador e o partido revolucionario.

A funcção do partido revolucionario, qualquer que seja o seu nome--republicano, socialista, federalista, fourrierista, proudhonista, positivista, etc.--é transformar a ordem estabelecida, modificando as condições da civilisação no sentido de um mais rapido progresso.

Para este fim o partido revolucionario agita constantemente por meio de idéas novas as opiniões preconcebidas.

Como, porém, não está ainda definido o programma geral e harmonico da revolução, como a tendencia progressiva das multidões indisciplinadas se basea no sentimentalismo esteril ou no phantastico ideal methaphysico dos phraseadores eloquentes, succede que todo o esforço revolucionario representa para a sociedade um perigo de desordem, de incoherencia e de anarchia.

A funcção do partido conservador é a manutenção da ordem contra todas as invasões que directa ou indirectamente ameacem a integridade da organisação existente. Em todas as velhas sociedades os governos são por essa rasão, os inimigos natos do progresso. A evolução progressiva da humanidade realisa-se, a despeito d'elles, pela elaboração irresistivel das idéas fora da esphera official, sob a acção das descobertas da sciencia ou das suggestões da arte. O mais que fazem os governos é submetterem-se ás transformações sociaes que a solução de cada novo problema resolvido pela sciencia impõe á existencia dos povos. Os governos, portanto, sempre que uma forte effervescencia intellectual não agita a sociedade e os não abala constantemente na eminencia do seu posto forçando-os a concessões successivas, tendem ao retrocesso.

A civilisação não é na orbita politica senão o justo equilibrio das forças resultantes d'essas duas tendencias: a tendencia retrograda na ordem, a tendencia anarchica na revolução.

Em Portugal o que succede?

A vida intellectual é extremamente debil. A sciencia não tem cultores desinteressados e ardentes, a acção da arte sobre a aspiração dos espiritos é nulla.

O resultado é que os partidos de opposição, não encontrando nos phenomenos da vida nacional a profunda expressão implacavel de novas necessidades a que os governos tenham de amoldar-se, acham-se naturalmente desarmados das grandes rasões que reptam os governos a progredir ou a abdicar.

Em taes condições o partido revolucionario dentro da milicia politica, partido fabricado pelos proprios governos com a corrupção do suffragio,- sendo uma pura convenção, uma fixão constitucional, uma expressão rhetorica, sem raizes na consciencia e na vontade popular,-acabou por desapparecer inteiramente do nosso systema representativo. Ha muitos annos que a revolução não tem quem a represente no parlamento portuguez.

Ha, todavia, uma maioria parlamentar e uma opposição composta de varios grupos dissidentes. Estes grupos são fragmentos dispersos do unico partido existente - o partido conservador - fragmentos cuja gravitação constitue o organismo do poder legislativo.

Estes partidos, todos conservadores, não tendo principios proprios nem idéas fundamentaes que os distingam uns dos outros, sendo absolutamente indifferente para a ordem e para o progresso que governe um d'elles ou que governe qualquer dos outros, conchavaram-se todos e resolveram de commum accordo revesarem-se no podler e governarem alternadamente segundo o lado para que as despesas da rhetorica nos debates ou a força da corrupção na urna fizesse pesar a balança da regia escolha. Tal é o espectaculo recreativo que ha vinte annos nos esta dando a representação nacional.

Imaginem meia duzia de almocreves sequiosos que acham na estrada um pipo de vinho. Como nenhum d'elles tem mais direito que os outros a beber do pipo, combina-se que cada um d'elles ponha a bocca ao espicho e beba em quanto os pontapés dos outros o não contundirem até o ponto de o obrigar a largar as mãos da vasilha para as apertar na parte ferida pelos pontapés applicados pela companhia que espera. É exactamente o que ha muito tempo tem sido feito pelos partidos portuguezes com relação ao usofructo do poder que elles acharam na estrada, perdido.

Chegou finalmente a vez de pôr o pipo á bocca um partido excepcionalmente valoroso de sede e inconfundivel de fibra. Este partido não desemboca o pipo por mais que lhe façam. Protestações escandalisadas, de almocreves, retroam.

- Este partido abusa!

- Isto não vale!

- Isto não é do jogo!

- Elle esvasia o pipo!

- Larga o pipo, pipa!

- Larga o pipo, pimpão!

- Larga o pipo, ladrão!

E incitam-se uns aos outros até á ferocidade:

- Chega-lhe rijo!

- Mais! que lhe dôa bem!

- Rebenta-me esse ôdre!

- Racha-me esse tunel!

- Ah! cão!

O partido, porém, continua sempre a beber, e é insensivel a tudo: á dor, ao insulto, ao chasco, ao improperio, á graça pesada, á insinuação perfida e á alusão venenosa!

Em vista de uma tal pertinacia, que nós mesmos somos forçados a taxar de irregular, os partidos em expectativa do pipo, confederam-se, ferem o pacto da Granja, constituem-se n'um só partido novo, - n'uma só bocca para o pipo. Fazem um programma, redigem um manifesto, vão de terra em terra pedindo ao paiz que intervenha. Precisamente lhes occorreu n'esse momento que o pipo tem dono! que é do paiz o pipo!

Instado a intervir pelos pactuantes da Granja, pelos signatarios do manifesto, pelos auctores do novo programma, pelos oradores dos meetings revolucionarios, pelos jornaes opposicionistas, o paiz responde-lhes:

Lestes a historia do sabio burro lazarento contada pelas Farpas? Eu sou esse burro. Vós sois a revoada das novas moscas pretendendo expulsar a revoada velha. Ora, moscas por moscas - sendo meu destino que ellas sempre me cubram e me comam - prefiro as antigas moscas saciadas ás novas moscas famintas.

Deixae-me em paz. E notae que eu nem sequer vos abano as orelhas, - que é para não bolir comigo!

(Ramalho Ortigão & Eça de Queirós, in “As Farpas”, 1877)

janeiro 18, 2008







A BINGANÇA (PARTE II)

Ao pé disto o senhor do post abaixo é um anjo!!!


Bom fim de semana.




POR TERRAS DO TIO SAM

Ou é da minha vista ou o pobinho ensandeceu de vez...
Se a moda pega por cá (e este país é pródigo a importar tudo quanto é ideia de jerico), desde já fica o aviso: o primeiro dromedário que se atreva a bater-me à porta a pedir explicações leva uma vassourada nos cornos que é para a próxima aprender para que lado fica o norte!

janeiro 16, 2008



PARA MATAR SAUDADES...



A ANACOZECA

Zé Carioca



Nestor






Agência de Detetives Moleza investiga mistério dos passageiros de ônibus desaparecidos.


00-ZÉro

Pata Hari



00-ZÉro é acusado de ser um informante.


BRONKA rapta Pata Hari.


Donald

Peninha



Peninha tenta fazer Urtigão comprar um livro que ele está vendendo.


Os repórteres Donald e Peninha têm que escrever quatro colunas por dia depois que falha seu truque da fita gravada.


Repórteres Donald e Peninha fazem gozação com o novo boy da redação.



Pero Vaz de Peninha é o outro escrivão que também registrou a descoberta do Brasil.



A Companhia Teatral Peninha apresenta uma "tragédia nórdico-romana" no sítio do Urtigão.


O Urtigão



Urtigão encontra velho automóvel escondido em seu monte de feno.



Urtigão e Firmina se disfarçam de ladrões para testar o Cão.



O Cão sonha que é um cão são-bernardo.


O Cão sonha que é mascote de um regimento da cavalaria no velho oeste, sátira da série de TV "Rin-tin-tin".



Biquinho é contratado para demolir casas.

(Agradecimentos: Imagens e títulos - Coa I.N.D.U.C.K.S.)

janeiro 11, 2008



A BINGANÇA
(Clica para aumentar)



MOMENTO COR DE ROSA

Esta mosca morta lidera lista anual das mais mal vestidas
E agora, rapariga, o que vai ser da tua vida?!



MENINO DO LAPEDO

"... é lição de tolerância para a humanidade", diz Erik Trinkaus, antropólogo norte-americano.

"Tinha os olhos grandes e expressivos, o rosto arredondado e o cabelo liso e comprido. Era assim o Menino do Lapedo, de quatro anos e meio de idade, cujo esqueleto foi descoberto no Vale do Lapedo, em Leiria, e desencadeou uma acesa discussão científica sobre a evolução da espécie humana."

Toda a notícia aqui.

janeiro 10, 2008



O BURRO MATA-LOBOS

Era uma vez um almocreve que tinha um burro já velho e podre e queria desfazer-se dele. Então , quando vinha das Voltinhas para cima, vinha tocando o burro e dizendo: Arre burro, mata-lobos, vai à serra e mata-os todos.

O Pascoal, que andava na sua propriedade no Reboludo, ao ouvir aquilo, vei à pressa para a vila, e reuniu com todos os donos de rebanhos, para comprarem o burro que matava os lobos. Todos concordaram em comprar o burro e foram ter com o almocreve, para ver quanto é que ele queria pelo animal.

O almocreve o que queria era vendê-lo, mas fez-se rogado, para lhe render mais. Por fim assentaram no preço: trinta mil réis e uma carga de presuntos. E lá compraram o burro que matava os lobos.

Então formaram entre todos uma escala, para cada dia lá ir um prender o burro no alto da serra. Como não havia árvores levavam uma estaca e uma corda comprida, para o burro, de noite, apanhar os lobos.

O que lá foi no primeiro dia não espetou bem a estaca. Alta noite os lobos atacaram o burro, e ele foge espavorido para a vila, arrancando a estaca e arrastando a estaca, até chegar ao adro da igreja.

Por acaso a porta da igreja estava aberta, e o burro refugiou-se lá dentro. Mas um lobo que vinha a persegui-lo entrou também , e o burro deu a volta pela capela-mor e saiu pela porta principal. Como levava a corda de rastos, e a estaca atravessada na ponta da corda, a estaca fechou as duas meias portas, de modo que o lobo ficou fechado dentro da igreja.

Ora naquele tempo a corda do sino era uma videira comprida, ainda com folhas verdes. O burro, coitado, estava cheio de fome e começou a roer as folhas da videira, e o sino começou a tocar. E quanto mais o burro roía, mais o sino tocava.

Acorda todo o povo espavorido e corre acorre todo ao adro. Ao verem aquele espectáculo, ficaram pasmados e disseram: Ai que inteligência! Abençoado dinheiro que a gente deu pelo burrinho! Mete o lobo na igreja, fecha-lhe a porta e toca o sino para a gente ver a inteligência dele!

Depois foram buscar uma escada, subiram ao telhado, desviaram as telhas e, com o auxílio da luz da lâmpada, viram lá em baixo o lobo. Então o Pascoal desceu ao coro, e não esteve com meias medidas: pegou num arado, (porque era no coro que guardavam os arados e as grades), pegou portanto num arado e pô-lo ao ombro, para o atirar para cima do lobo. Mas esqueceu-se de lhe tirar o chavelhão, de modo que, ao atirar o arado, o chavalhão prendeu-se ao pescoço ou ao fato do Pascoal, e lá vai ele do coro abaixo juntamente com o arado.


Então começaram todos a gritar: Ai que lá come o home o lobo! Ai que lá come o home o lobo!

Resolveram então abrir as portas da igreja, enquanto outros se preparavam com enxadões, sacholas e forquilhas para apanharem o lobo.

Mas não tiveram sorte, porque o lobo, quando apanhou a porta aberta, deu um salto por cima deles, mijando-lhes até para cima, e ó patas, para que te quero.

(Contos de Fajão)

janeiro 09, 2008




REQUERIMENTO

Exmo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canaveses

Joaquim Manuel Coutinho Ribeiro, eleitor nº 6 da freguesia de Soalhães, vem expor e requerer a V. Excia o seguinte:


1. Na reunião da Assembleia Municipal do passado dia 29, ouvi V. afirmar que, a partir desta semana, iria passar a dispor de um Audi a6.



2. E percebi, das suas palavras, que não se tratava de um acto de vaidade pessoal, mas uma forma de melhorar a imagem do município, pois que a viatura estaria ao serviço do município e não do seu presidente.


3. Reflectindo sobre o assunto, lembrei-me de que o Audi do município poderá resolver-me um problema logístico que tenho em mãos.


4. No próximo dia 13, é o casamento da minha prima Ester (jovem médica) com o David (jovem médico).


5. Pediu-me a minha prima que a transportasse à Igreja, ao que eu anuí.


6. Lembrei-me, depois, que o meu carro só tem duas portas o que, convenhámos, não é muito operacional para o efeito, sobretudo para entradas e saídas, já que o vestido poderá ficar agarrado e eventualmente rasgar-se.


7. Foi desta forma que me lembrei que, sendo eu munícipe do Marco, e estando o Audi ao serviço do município, seria um acto da maior justiça que eu pudesse transportar a minha prima ao casamento no A6.


8. Ainda pensei que talvez pudesse requerer a utilização do jeep Toyota, mas temo que os convidados possam gozar a noiva por se deslocar em em tal veículo.


9. Opto, pois, pelo Audi, com a promessa de que o entregarei lavado e com o combustível reposto.
10. Dispenso o motorista.


Face ao exposto, requeiro a V. Excia se digne emprestar o A6 para utilização deste modesto munícipe no próximo dia 13, durante todo o dia.

Pede deferimento


Joaquim Manuel Coutinho Ribeiro

janeiro 08, 2008



PREVISÕES DA PITONISA PARA 2008:

"2008 ainda vai ser melhor que 2007!"

Imparável, esta "coisa"!!!



A NOVA ORDEM MUNDIAL

... por Eça de Queirós.


"Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há príncipio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo!Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder, a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agitagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva únicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção insciente perturba o silêncio da opinião com padre-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado - e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão!"

(in "As Farpas", 1871)




(Ilustrações: Gustave Doré)

janeiro 04, 2008






BOM FIM DE SEMANA

... na companhia de Alexandre Dumas Filho, ouvindo "La Traviata".

Por falar nisso... já repararam que elas estão a florir?

janeiro 03, 2008



PENSAMENTO DO DIA

"O dinheiro, acabei por descobrir, era exactamente como o sexo: quando não se tem não se pensa noutra coisa, e quando se tem pensa-se noutras coisas."

(James Baldwin)

janeiro 02, 2008



HIPOCRISIA DA MERDA OU FUNDAMENTALISMO DA MERDA?

Presidente da ASAE «apanhado» a fumar

Aconteceu no Casino, na madrugada do dia 1. «Há contradições», diz

No madrugada do dia 1 de Janeiro, na festa de Réveillon do Casino do Estoril, os cinzeiros continuavam nas mesas do Salão Preto e Prata e o inspector-geral e sub-inspector da ASAE continuaram a fumar, segundo noticia o DN. O dirigente da ASAE, António Nunes, entende que não violou a lei, porque esta não incluiu os casinos. A Direcção Geral de Saúde garante que sim.
«Entendemos que os casinos e as salas de jogo estão abrangidos pela nova lei do tabaco. Esta estabelece como princípio geral o limite do consumo do tabaco em locais fechados de utilização colectiva e, portanto, sendo os casinos e salas de jogos recintos fechados não podem deixar de ser incluídos na lei», explicou ao DN a jurista da DGS.
Ao DN, António Nunes disse deconhecer qualquer «circular a dizer que não se pode fumar nos casinos e salas de jogos. É preciso que a DGS o faça».
Simples, Senhores Inspectores: a Lei é clara e está bem explícita aqui e deveriam ser os senhores os primeiros a dar o exemplo!!!
É este tipo de gente que nos anda a fiscalizar? Vai lá, vai!!! Tenham vergonha na cara e demitam-se!!!


Adenda ao post
... hilariante!!!

(Cortesia do Anarca Constipado)