setembro 29, 2006














UMA QUESTAO DE FÍSICA...

O seguinte diz respeito a uma questão de Física num exame da Universidade de Copenhaga:

"Descreva como determinar a altura de um arranha-céus usando um barómetro."

Um estudante respondeu:
"Amarre uma longa corda à parte mais estreita do barómetro, a seguir faça baixar o barómetro do telhado do arranha-céus até ao chão. O comprimento da corda mais o comprimento do barómetro será igual à altura do edifício."

Esta resposta altamente original enfureceu o examinador ao ponto de chumbar imediatamente o estudante. O estudante apelou, baseando-se no facto de que a sua resposta estava indubitavelmente correcta e a universidade nomeou um árbitro independente para decidir o caso. Na verdade o árbitro decidiu que a resposta estava
correcta, mas que não demonstrava qualquer conhecimento de Física.
Para resolver este problema foi decidido chamar o estudante e permitir-lhe que em seis minutos providenciasse uma resposta verbal, que mostrasse, pelo menos, uma certa familiaridade com os princípios básicos de Física.

Durante cinco minutos o estudante ficou em silêncio, franzindo a testa em pensamento. O árbitro lembrou-lhe que o tempo estava a passar, ao que o estudante respondeu que tinha diversas respostas extremamente relevantes, mas que não sabia qual delas utilizar.
Sendo avisado para se despachar, o estudante replicou da seguinte forma:

"Em primeiro lugar, poderia pegar num barómetro, ir até ao telhado do arranha-céus, deixá-lo cair ao longo da parede e medir o tempo que ele demora a atingir o chão. Desta forma, a altura do edifício poderá ser trabalhada a partir da fórmula: H=,5g x t2. Mas isto seria má sorte para o barómetro."

"Ou, então, se o sol estivesse a brilhar, poderia medir a altura do barómetro, depois de assentá-lo na extremidade e medir o comprimento da sua sombra. Em seguida, iria medir o comprimento da sombra do arranha-céus e, depois de tudo isto, seria uma simples questão de aritmética proporcional calcular a altura do arranha-céus."

"Mas, se quiserem ser rigorosamente científicos acerca disto, poderão amarrar uma longa corda ao barómetro e abaná-lo como um pêndulo, primeiro ao nível do chão e depois ao nível do telhado do arranha-céus. A altura é trabalhada pela diferença na força da gravidade.T=."

"Ou, se o arranha-céus tiver uma escada exterior de emergência, será mais fácil usá-la e marcar a altura do arranha-céus em comprimentos do barómetro, e em seguida adicioná-los por aí acima."

"Se, simplesmente, quiser ser chato e ortodoxo na resposta, certamente, poderá usar o barómetro para medir a pressão de ar no telhado do arranha-céus e no solo, e converter os milibars em pés para dar a altura do edifício."

"Mas uma vez que estamos constantemente a ser exortados a exercitar o pensamento independente e a aplicar os métodos científicos, indubitavelmente a melhor forma seria ir bater na casa do porteiro e perguntar; se ele gostasse de ter um barómetro bonito, oferecia-lho desde que ele me dissesse a altura do arranha-céus."

O estudante era Niels Bohr, o único Dinamarquês que ganhou o Prémio Nobel da Física.

(Coisas da Net)
(Foto:
Cielo Azul)

No link do Cielo Azul aprende-se a construir um barómetro.

Bom fim de semana.

setembro 28, 2006













OS ENVELOPES 9, 10, 11, 12, 13, ETC...

Sou Europeu, Português, Cidadão de Pleno Direito do séc. XXI.
Hoje, 28 de Setembro de 2006, acordei com a obsessão de querer saber o que contém o "Envelope 9". Mais: acordei com a sensação de querer saber tudo o que está dentro de todos os envelopes, e quero saber o conteúdo de todas as escutas que foram feitas neste país, ou, pelo menos, de uma síntese dos seus temas, intervenientes e implicações.
Não me sinto representado por um bando de cavalheiros, que, sentados numa coisa chamada Assembleia da República, apenas perpetuam o sistema de conluios e mentiras que transformou o meu país numa espécie de Colômbia Lusitana.
Assumo, à Luz da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Princípio da Separação de Poderes, que os Tribunais do meu país funcionam de acordo com a Lei-do-tem-dias, e não asseguram a igualdade do cidadão perante a Lei. Consoante as luas, forjam culpados, e inocentam criminosos.
Quero ter órgãos de informação social que me digam, quando eles não sabiam que estavam a ser escutados, todos os enredos, tramóias e compadrios que se teceram nas minhas costas. Quero saber quem é de confiança, ou um puro criminoso, daquelas caras que nos governam, e que, diariamente, sou obrigado a suportar.
Quero saber para onde vai o dinheiro dos meus impostos. Exijo que, um a um, todos os indivíduos que não cumprem as leis do meu país e se acham no direito de oprimir os meus concidadãos com o cumprimento das mesmas, sejam arredados de todos os cargos políticos, representativos e de direcção que ocupam.
Quero saber que, com quem, e sobre o quê se falava nas escutas dos Envelopes 9, 10, 11, 12, 13, e por aí adiante.
Quero que haja um grupo de cidadãos que peça o mesmo, e que, se descobrir que o Poder Judicial, em Portugal, está total, ou parcialmente, minado pela Corrupção, tenha o direito e o dever de apelar para a intervenção de Tribunais Europeus, ou Mundiais, isentos.
Quero saber onde vivo, quem me governa, e para onde estou a ser levado.
Porque, parafraseando Almada, eu sei que todas as escutas que haveriam de limpar o "Sistema" já foram feitas, já só falta, agora... limpá-lo.
Muito Bom Dia.

Posted by
Arrebenta

setembro 27, 2006














CURIOSIDADES DA IDADE MÉDIA


Naquele tempo, a maioria das pessoas casavam-se no mês de Junho (início do verão), porque, como tomavam o primeiro banho do ano em Maio, em Junho, o cheiro ainda estava mais ou menos...
Entretanto, como já começavam a exalar alguns "odores", as noivas tinham o costume de carregar bouquets de flores junto ao corpo, para disfarçar.
Daí temos em Maio o "mês das noivas" e a origem do bouquet.

Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente.
O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água (reparem que lindo!), vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças.
Os bebés eram os últimos a tomar banho, portanto!
Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível perder um bebe lá dentro.
É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente "não deite fora o bebé juntamente com a água do banho", que hoje usamos para os mais apressadinhos...


Os telhados das casas não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais se aquecerem - cães, gatos e outros animais de pequeno porte, como ratos e besouros.
Quando chovia, começavam as goteiras os animais pulavam para o chão.
Assim, a nossa expressão "está a chover a cântaros" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs".


Para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura, que se transformou no dossel.

Aqueles que tinham dinheiro, possuíam "loiça" de estanho.
Certos tipos de alimentos como o tomate, oxidavam o material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada - lembrem-se que os hábitos higiénicos da época não eram lá grande coisa...
Daí que durante muito tempo o tomate foi considerado como venenoso.

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque.
Essa combinação, por vezes, deixava o indivíduo "K.O."(numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida alcoólica e pelo óxido de estanho).

Quem passasse pela rua pensava que o fulano estava morto, recolhia o corpo e preparava o enterro. (mais nada!).
O "defunto" era então colocado sobre a mesa da cozinha (que linda ideia, não?!) por alguns dias (DIAS?!) e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo (na boa vida é o que é!) e esperando para ver se o morto acordava ou não.
Daí surgiu a vigília do caixão ou velório, que em inglês se diz Wake, de "acordar".
A Inglaterra é um país pequeno, e nunca houve espaço suficiente para enterrar todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos retirados e encaminhados ao ossário e, o túmulo era utilizado para outro infeliz.
(Pessoal, isto é Reciclagem!!).

Por vezes, ao abrir os caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a ideia de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que passava por um buraco no caixão e ficava presa a um sino.

Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias.
Se o indivíduo acordasse, o movimento do braço faria o sino tocar.
Assim, ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", como usamos hoje.

PS: Alguma cultura de vez em quando é importante!!!

(Recebido via e-mail)

setembro 26, 2006





























MAGIA


















EU?

Tenho 30 anos,
a cidade está quatro ou cinco vezes maior
mas tão acabada quanto
e as garotas ainda cospem quando
passo, outra guerra se cria por outra
razão, e não consigo emprego agora
pela mesma razão de outrora:
não sei fazer nada, não consigo fazer
nada.

(Charles Bukowski)

















(Fotografia: Makeeva Rusanenko)

setembro 25, 2006










FILOSOFIA GARFIELD

setembro 22, 2006

















PENSAMENTO DO DIA

Não há necessidade de escolher uma estação do ano predilecta. O que temos de fazer é desfrutar da beleza de cada uma delas.

(Evelyn Lauder)


E a Pseudo sugeriu (e sugeriu muito bem) que fosse colocada uma foto alusiva a cada uma das estações do ano.


















Bom fim de semana.














E PRONTO, LÁ VOU TER DE AS GUARDAR...

... com muita pena minha.

(Foto: Bruce Damer)

setembro 21, 2006














VENDO IATE


Bom preço.
Lugar de atracação permanente no Iate Club local.
Tratar aqui neste blog.

















LOGO AGORA...

... que eu tinha tudo preparado para o barbeque, acontece isto!

Dei-me por muito feliz por ainda ter o telhado, chaminé e antenas de televisão intactos. Gente houve que não consegui sequer passar em algumas ruas devido a quedas de árvores e pedaços de edifícios mais antigos que ruiram.
Teve uma grande vantagem: a maior parte das bandeiras nacionais desfraldadas inutilmente às varandas tipo almas penadas, voaram todas. E para bem longe, espero.
Quanto ao resto, está um dia lindo.

Vai um cafezinho?

setembro 20, 2006















PARA OS AMANTES DO BARBEQUE

Fica aqui a nossa sugestão, para os últimos finais de tarde deste verão, que se avizinham...















PEQUENA CANTIGA À MULHER

Onde uma tem
O cetim
A outra tem a rudeza

Onde uma tem
A cantiga
A outra tem a firmeza

Tomba o cabelo
Nos ombros

O suor pela
Barriga

Onde uma tem
A riqueza
A outra tem
A fadiga

Tapa a nudez
Com as mãos

Procura o pão
Na gaveta

Onde uma tem
O vestígio
Tem a outra
A pele seca

Enquanto desliza
O fato
Pega a outra na
Enxada

Enquanto dorme
Na cama
A outra arranja-lhe
A casa

(Teresa Horta)
(Fotos Vintages: Art-e-Zein)
(Foto Lavadeiras: Cruzado)

setembro 19, 2006













PARA QUEM GOSTA DE PIQUENIQUES

Quem é amiga, quem é?











TERRORISMO NACIONAL

setembro 18, 2006













QUEM SE LEMBRA?

Excerpts from "The Six Wives of Henry VIII".

(Acabei mesmo agorinha de ouvir)

setembro 15, 2006











OS SALVA-VIDAS

Um casal de Cascais foi de férias para o Amazonas.
Estão no hotel e, para passar o tempo, resolvem alugar uma lancha e vão navegar para o rio.
Acontece que a embarcação bate num tronco, faz um rombo, e começa a meter água e a afundar--se.
Os crocodilos que se encontravam na margem, ao verem aquilo atiram-se imediatamente à água...

Ela, ao ver aquilo, exclama para o marido:
"Oh Bernardo... Eu acho o máximo o Amazonas!... Já viu???... Para além do hotel ser super estupendo e a lancha ser, imensamente, benzoca...
Os salva-vidas... são da "Lacoste"! "

(Enviado pela Fresquinha)

(Imagem: Marci Washington)















CREIO NOS ANJOS QUE ANDAM PELO MUNDO

Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,

Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,

Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.


(Natália Correia)

setembro 14, 2006




















AS CONSEQUÊNCIAS DO VIAGRA












A JESTUÇA

As alegações finais no caso da queda da ponte de Entre-os-Rios começaram esta quarta-feira. O Ministério Público pediu a condenação dos 6 arguidos do processo de Entre-os-Rios e argumenta que violaram as regras técnicas e devem ser punidos gravemente devido aos trágicos resultados. Já a defesa afirma que este julgamento é uma patetice que visou apenas encontrar bodes expiatórios para justificar a trágico acontecimento.

Nas alegações finais, o procurador Monteiro Penas argumentou que 4 dos 6 acusados sabiam do estado precário em que a ponte se encontrava e nada terão feito para prevenir a sua queda. Para acusação, devem ser condenados por violação de regras técnicas, crime agravado pelos resultados. Na mesma linha seguiu a argumentação dos familiares das vítimas, constituídos assistentes neste processo.

A defesa apresentou as alegações em sentido oposto. Entre os vários argumentos utilizados, os advogados consideraram a realização do julgamento uma patetice que procurou encontrar bodes expiatórios para se justificar o trágico acontecimento.

O julgamento da ponte de Entre-os-Rios está assim a chegar ao fim cinco meses após o início das sessões.

(Fonte: TVI)

Ouvi ontem no SIC Notícias o advogado dos réus alegar que esta condenação não faz qualquer sentido por duas razões muito simples:

1ª Por já serem pessoas de idade.
2ª Porque são gente de boas famílias.

Tem toda a razão. Os velhinhos não podem nem devem ser incomodados. Haja respeito se faz favor! Lá porque são assassinos não dá a ninguém o direito de os julgar e condenar como ao comum dos mortais. E muito menos de conspurcar o bom nome das famílias. Alguém ponha ordem nisto!

setembro 13, 2006






















"RESULTADOS?...

... Mas é claro que eu já consegui um monte de resultados! Hoje, sei de mil coisas que não funcionam."

(Thomas A. Edison)

setembro 12, 2006











GRITO DE DESESPERO

setembro 11, 2006


















CARTA XVI DO TAROT: A TORRE

"Aquilo que se obtém com violência só se pode conservar pela violência."

(Mahatma Gandhi)
(Imagem: John Gardiner)

setembro 08, 2006






FILOSOFIA GARFIELD
(Clicar para aumentar)

























QUESTIONÁRIO SEM PERGUNTAS

Não costumo responder a questionários. Nem blogosféricos nem de origem nenhuma. Não pactuo com correntes, nem mesmo com as que me ameaçam da proximidade de um unabomber a dois metros de distância. Nem de envelopes com pó de talco. Desta vez, mas e só porque veio de quem veio, respondi. Tarde, mas respondi. Como vês Ivo, daqui nunca poderia sair grande coisa.
Madrugadora: adoro o raiar da aurora.

Que ninguém no seu perfeito juízo tente uma conversa séria antes das dez da manhã. Não me falem. Não me dirijam a palavra.

Parolos: odeio parolos.

Almoço: não me encham o prato, por favor. É suposto a comida não acabar. E o mundo também não acabar. E se a comida acabar o mundo também acaba. E se o mundo acabar não é preciso comida.
(é desta que ganho o Nobel da filosofia)

Café: não sei se tome, não sei se não.

Tabaco: Sou fumadora e anti-fundamentalista. Odeio ex-fumadores mal resolvidos. Parecem fodas mal dadas.

(Para a "Mascote")


















PORQUE HOJE É SEXTA, O DIA DA CRIAÇÃO


Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas, como o mar
Os bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.


Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por via das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo mal.


Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguém bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.


Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.


Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Hoje há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito-de-porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um garden-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Umas difíceis, outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há uma comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva do domingo
Porque hoje é sábado


Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens,
ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois, da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade, o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres como
as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas
em queda invisível na
terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da asfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos males de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda
e missa de
sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das
águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior do instinto dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, freqüentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto Dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

(Vinicios de Moraes)

setembro 07, 2006



























BLACK COFFEE

Entrega especial, a pedido do
Robino do Covil, que se encontra neste momento em retiro espiritual. E sem café! Sem café!!! Uma verdadeira tragédia!













SÍNDROME DE ESTOCOLMO

"A síndrome de Estocolmo é um estado psicológico no qual as vítimas de um sequestro, ou pessoas detidas contra sua vontade – prisioneiros – desenvolvem um relacionamento com seu(s) raptor(es). Essa solidariedade pode algumas vezes tornar-se uma verdadeira cumplicidade, com os presos chegando a ajudar os raptores a alcançar seus objectivos ou fugir da polícia."

Se
isto não é, parece!

setembro 06, 2006















SENTIMENTOS CINTILANTES

As estrelas que flutuam nesse rio
são os olhos das serpentes encantadas
cobras grandes habitantes dessas águas
e estas luzes que vagueiam pelas praias
claridades de paixão e de areia
são meus olhos
encharcando o chão das várzeas
são de alegria estas lágrimas brilhantes
são diamantes que meus olhos choram
são loucos sentimentos cintilantes


“Eu não escrevo teses, eu só escrevo tesões”

(Eliakin Rufino)

(Imagens: Whiskey Sierragrafics)



















FÁBULA

setembro 05, 2006













A ÚLTIMA CEIA

(Sergei Cartoons)














O MIRONE

(Fonte: Sergei Cartoons)
















HOJE...

... é isto que me apetece.


(Óleos sobre tela: Stéphane Bulan)